Estamos no começo de mais um ano e muitos aproveitam para iniciar novos projetos vida. Entretanto, existem alguns que passam ano após ano apenas projetando e nada de novo acontece. Existem várias explicações sob vários pontos de vistas, e eu quero chamar atenção para uma questão muito importante que pode estar diretamente relacionada com as realizações em nossas vidas: para coisas acontecerem é necessário sairmos da zona de conforto.
A famosa zona de conforto nos prende a tudo aquilo que conhecemos e nos expele das tentativas de explorar novos caminhos, novas formas de ser, nos aprisionando aos velhos e conhecidos padrões (paradigmas) introjetados durante toda a vida. "Faz isso porque assim é melhor, não faça isso porque você vai se dar mal...", quem nunca ouviu estas frases. O medo nos leva a ficar onde estamos e não nos deixa arriscar novas escolhas. Quando tememos o futuro e o desconhecido, nos contentamos a deitar na cama da zona de conforto, aquecidos pelos conceitos prontos que as pessoas e o mundo nos dão, ao invés de levantarmos e explorarmos a vida para criar as nossas próprias definições.
Ah, zona de conforto, como você é atraente!! Como é bom o descanso que você nos proporciona, pena que seu preço é muito alto, exige de nós uma vida sem vida sem paixão, automatizada, sem riscos, presos as mesmices do dia-a-dia que nos impedem de viver de forma plena, saudável e autêntica...
Para que alcancemos grandes realizações é preciso sair deste lugar quentinho, aconchegante e desbravar as estradas da vida. Isto requer planejamento, foco e energia também. Não que tenhamos que ser suicidas, nos lançando aos riscos de forma irresponsável, sem a direção de Deus, mas se não sairmos do conforto do previsível, não conseguiremos nos mover rumo ao crescimento.
A criança quando aprende a andar se lança ao risco, mesmo sob os cuidados de um adulto, ela pode se machucar porque não desenvolveu o pleno controle de seu próprio corpo e ao dar seus primeiros passos, muitas vezes cai. Mas ela só aprende a andar assim. O mesmo precisamos fazer, mesmo que levemos alguns tombos e com isso venhamos a nos ferir, mesmo que não tenhamos as certezas que necessitamos, precisamos trilhar novos caminhos da vida, abrindo mão dos "velhos paradigmas" e descobrindo nossos próprios conceitos sobre nós e sobre o meio que vivemos. Assim cresceremos como pessoas, nos equilibrando entre as escolhas e renúncias, entre as vitórias e derrotas, conscientes de quem somos, como estamos e o que buscamos em nosso viver.
Alguns querem crescer sem abrir mão do velho, não querem sair da zona de conforto e gastam suas energias tentando adequar as novas demandas da vida aos velhos conceitos, tentando colocar remendo novo em roupa velha ou tentando colocar vinho novo em odres velhos. Vejamos o que Jesus nos ensina nos textos: Lucas 5.36-39, Mateus 9.16-17, Marcos 2.21-22, na Parábola do remendo novo em panos velhos e do vinho novo em odres velho:
"Então lhes contou esta parábola: "Ninguém tira remendo de roupa nova e o costura em roupa velha; se o fizer, estragará a roupa nova, além do que o remendo da nova não se ajustará à velha.
E ninguém põe vinho novo em vasilhas de couro velhas; se o fizer, o vinho novo rebentará as vasilhas, se derramará, e as vasilhas se estragarão.
Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em vasilhas de couro novas.
E ninguém, depois de beber o vinho velho, prefere o novo, pois diz: ‘O vinho velho é melhor! ’ "
Lucas 5:36-39, NVI.
Ficar na zona de conforto é apegar-se ao velho e para renovarmos, temos que lançar mão das coisas obsoletas. A mudança não vai acontecer somente mediante a definição de planos, mas é preciso rever o modo como vivemos. Não há como mudar se continuarmos apegados ao costume, ao fazer igual, sempre do mesmo jeito, estando descontextualizados e desconectados das nossas próprias necessidades e da realidade em que vivemos, que é dinâmica.
Muitos aproveitaram o final de ano para para limpar suas casas e jogar fora tudo aquilo que não se usa mais, tudo aquilo que parou de funcionar e que de alguma forma se tornou um lixo, trocam o velho por coisas novas. Que possamos fazer o mesmo com nosso interior, jogar fora os nossos lixos e dar espaço para o novo no ano de 2013, que possamos ousar mais, amar mais, correr mais riscos, sonhar mais, perdoar mais, nos apaixonar mais, reinventar-nos mais, enfim, vivermos mais.
Que no ano de 2013 possamos sair da zona de conforto para trilharmos uma vida abundante e de renovo orientados por Deus.
Abs,
Angela Lopes.